domingo, 3 de abril de 2011

Fado

Vejo o silêncio dispersar
 na multidão
que caminha, caminha
e não vê que seus pés
são rodas sem comandos
e seguem em direção ao
 nada.

Vejo passos, pedras, flores
e tudo mais
que segue,
fica,
passa.

A pedra carrega incontrolavelmente tudo
até o pó da estrada
que encharcado de suor, lágrimas e sonho
sonha com uma flor
e vai...

E vou.
A pedra que carrego é minha
e não há devolução.

3 comentários:

  1. A última estrofe me fez recordar o romance "O deserto dos tártaros", principalmente, do trecho que postei no Deslocamentos. Gostei muito da poesia, amiga. Continue caminhando, mesmo em direção ao nada, mesmo carregando essa pedra (de Sísifo?). O jeito é mesmo continuar... Bjs

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  2. Hum... pedra que maravilha lindo amiga

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