sábado, 28 de junho de 2014

Conheci Lúcia Santóri-Carneiro no lançamento do meu livro, Outros eus (já conhecia alguns de seus versos através da minha amiga Lidi). E o olho do gato que fora transformado em versos por nós duas permitiu-me ganhar um exemplar d’As voltas do tempo que a autora gentilmente presenteou-me. Eis aqui algumas palavras sobre a obra que tanto me encantou:
As voltas do tempo é uma incursão pelo universo lírico da infância, do cotidiano e da memória.  Lúcia Santóri-Carneiro extrai desses universos a mais pura poesia. Seus versos carregam a dor e o peso da vida que escorre com tal leveza que nossa dor se torna mais suave, quase como uma bola de sabão. O livro é dividido em duas partes: para brincar não precisa muito e mar de dentro. Na primeira, o universo da infância é um convite para o leitor brincar com a memória, enquanto a poeta brinca com as palavras. O mundo da brincadeira é o mundo da criação. E para brincar não precisa muito, basta uma criança/ duas crianças, três crianças... Para criar basta observar, lembrar, vivenciar, brincar. E as imagens ofuscam nossos sentidos com tanta beleza: O olho azul do gato/ mar que anda pela casa.
Na segunda parte, tamanha é a intimidade da poeta  com o mar que ele invade nossos olhos e ouvidos e transborda em nosso peito. A leveza ganha o tom da “tarde que cai”. E a percepção do sujeito lírico proporciona ao leitor um olhar mais atento para o outro e para si.  Aqui a infância e a memória continuam presentes revelando-nos que  nas voltas do tempo nada se perdeu./ Não há tempo. Ontem, hoje, amanhã./ Há somente o sempre./ Eu, você, atravessando capítulos, contínuos capítulos.

Saí do livro com a sensação de ter feito um passeio em torno de mim. 

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